Apesar de imundo, com escassas roupas, barbas longas o que mais me impressionou foi ver o seu desespero e o seu rosto devastado ao procurar em cada caixote, que para nós é entendido como imundície, uma simples refeição e não a obter. O seu olhar profundo implorando alimento. De tanta gente naquela rua a passar, cada um sentado a ler o seu livro, a ouvir a sua música, a contar episódios hilariantes das suas vidas, a destruir o dinheiro em visitar algo cultural, ninguém reparava no carente ser humano que se arrastava e se entristecia ao ver todo aquele cenário de riqueza e euforia…
Até alguém se dirigir a esse ser desconsolado e lhe entregar uma pequena porção de sustento.
Os olhos do sujeito brilhavam repletos de lágrimas de gratidão e de júbilo. Aparentava ter ganho o euromilhões. O que para certas pessoas seria algo para desperdiçar e que não fazia sentido algum para ele tornara-se na melhor refeição da semana.
Ver aquela extraordinária e invejada alegria fez com que o alguém se sentisse concretizado e completo por dentro depois de tal boa ação feita.
A verdade é que por vezes pequenos gestos podem fazer toda a diferença seja qual for a reação do próximo.
Débil !
Apreciaria sentir serenidade por toda a casa, alentar o mais cristalino ar existente nas sublimes e remotas montanhas. As obscuridades apoderam-se da residência, estancam a felicidade e libertam a crueldade, cobiça, impostura… transportando até a um limito ponto: desconsolação e morte psicológica de qualquer ocupante desta mesma caverna sombria. A autêntica perseguição nutrida a cada instante incita-me uma firme demência cerebral. Previamente não dá mais. As forças que possuía até ao momento extinguiram-se, e o mal sustenta o meu corpo, assassinando calmamente o meu débil espirito. Suportarei até ao fim, pois este ciclo jamais terá fim. por: Patrícia Alves
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